quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O que dizem os olhos dos candidatos ?

Em que é que votam as pessoas ? Votam num sorriso descontraído ou numa pose institucional ? Votam na experiência ou na falta dela ? Votam no populismo desabrido ou na candidatura low profile ? Eu, desde que voto, já prendei o PS, o PSD, o BE e até o PND, de acordo com s circunstâncias. Votei José Manuel Coelho nas últimas presidenciais porque achei crucial dar audiência a alguém fora do sistema para zurzir de forma diferente os ouvidos das pessoas. Nas últimas autárquicas, votei no Rui Caetano para a Câmara, mas no Jorge Carvalho para a Junta de S. Gonçalo, porque ele era a pessoa certa para o cargo (mesmo que me tenha desapontado com a sua saída a meio do mandato). Acredito que as pessoas quando votam pesam vários fatores que medidos pendem para um determinado lado. E nas eleições de 29 de Setembro para o Funchal, acho que um dos principais fatores reside no que dizem os olhos de cada candidato. E aí, há uma grande diferença entre todos eles.

Paulo Cafôfo não olha para o Funchal como mais um trampolim político como faz José Manuel Rodrigues que só pensa nas eleições regionais de 2015, nem olha para a cidade como se esta fosse a única coisa que permite salvar a sua própria carreira, como faz Bruno Pereira, acossado entre as ordens de Jardim e a espada de Miguel Albuquerque. Muito menos olha para o Funchal como se este fosse um monolito preso ao discurso comunista que é usado aqui por Artur Andrade, mas que poderia ser usado em qualquer outra cidade portuguesa por qualquer candidato CDU.
Paulo Cafôfo olha para a cidade com um sorriso optimista e com a vontade de arriscar e transformar o Funchal numa cidade mais aberta, mais participativa e mais extraordinária para se viver. E é um risco para todos. Se falhar, ie, se falharmos, a culpa será só nossa. Não será da trilateral, ou da maçonaria, ou do Passos Coelho ou dos marcianos. Será da nossa equipa. Mas, se acertarmos no nosso propósito, o prémio será de todos os funchalenses. Que poderão experimentar, pela primeira vez em democracia no Funchal, o perfume da alternância política e com isso inaugurar um novo capítulo na História desta cidade absolutamente ímpar no Mundo.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cultura como reforço da competitividade económica

Para se atingir o objectivo de tornar o Funchal a melhor cidade para se viver, é fundamental uma política de gestão autárquica que pense a cultura como um investimento e não uma despesa. É crucial definir uma estratégia em que a cultura seja também uma fonte de receitas para os criadores, para os agentes culturais e para a própria autarquia, sendo assim um instrumento de competitividade económica e não apenas uma obrigação estatal. É determinante repensar toda a lógica de financiamento da Cultura para o Funchal, atraindo novos investidores, aumentando os públicos consumidores, crescendo para outros mercados e explorando ao máximo todas as oportunidades de financiamentos europeus e internacionais.

A visão de Paulo Cafôfo para esta nova maneira de pensar a Cultura parte de um príncipio base: a actividade cultural deve ser um instrumento ESTRATÉGICO de competitividade económica, gerando emprego, receitas, divisas turísticas, exportações e mais valias para a sociedade, envolvendo um conjunto alargado de pessoas e entidades colectivas, dos artistas aos mecenas, passando por investidores, consumidores e fornecedores de serviços.

Mas esta participação activa dos agentes culturais deve ser contratualizada de forma transparente entre todos. Por isso, a primeira medida de Paulo Cafôfo como futuro Presidente da Câmara Municipal do Funchal será a criação do Memorando de Entendimento com os Agentes Culturais do Funchal, um documento em que todos os agentes culturais conheçam os seus direitos, mas também os seus deveres. Um documento onde estão plasmadas as regras e os objectivos desta nova política cultural do Funchal e que permita a todos estarem em pé de igualdade na sua relação com a Câmara Municipal do Funchal.


As medidas concretas que iremos implementar serão as seguintes:

Criar uma marca forte para os grandes eventos da cidade, intitulada Funchal Capital Cultural do Atlântico, agregando os três principais eventos culturais actuais (Funchal Jazz, Feira do Livro / Festa da Cultura, Dia da Cidade) e juntando a estes outros 3 novos eventos: um Festival Europeu de Performers e Teatro de Rua (organizado em parceria financeira com outras cidades europeias que fazem deslocar ao Funchal os seus artistas), a requalificação do Funchal Film Festival em parceria com a Associação Plano XXI, transformando-o num evento de dimensão europeia até 2017 (através do cofinanciamento de fundos comunitários do audiovisual) e o Festival das Praças da Cidade dedicado à música popular nas suas diversas variantes (rock, pop, tradicional, filarmónicas, jazz standards, etc...). Além disso, a CM do Funchal irá convidar os agentes culturais que produzem no Funchal a associar os seus eventos a esta nova marca, ganhando todos uma lógica de promoção, comunicação e negociação em grupo.

Reestruturar toda a gestão do TEATRO MUNICIPAL DO FUNCHAL, a casa nobre da Cultura na cidade. O Teatro Municipal deve ser um espaço participativo, aberto aos agentes culturais e destinado a mostrar o que de melhor tem a cultura na Cidade de forma regular e não um espaço fechado, encerrado numa lógica impenetrável que nenhuma entidade cultural consegue entrar.

Criar o projecto MUSEUS DINÂMICOS, dotando os atuais museus do Funchal de uma nova estratégia de gestão que permita maior promoção, novas receitas e acima de tudo maior dinamismo na concepção e produção de exposições temáticas regulares, visando o aumento exponencial de visitantes e mecenas.

Criar o projecto MECENAS FUNCHAL, visando o estabelecimento de um grupo alargado de mecenas particulares e colectivos, que possam patrocinar as actividades culturais menos rentáveis da edilidade e dos agentes culturais da cidade.

Criação de um FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL em parceria com entidades privadas, colectivas e particulares, que assuma duas estratégias: apoiar a edição, promoção e internacionalização de artistas e agentes culturais do Funchal e que ainda se assuma como entidade de capital de risco que apoie projectos empresariais na área da cultura e indústrias criativas que se fixem no Funchal. Este FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL terá como suportes financeiros não só o orçamento municipal, mas acima de tudo a sua integração em sistemas de incentivos especiais da União Europeia no âmbito de programas como o JEREMIE, a participação de mecenas e investidores privados, quer da Madeira, quer da Diaspora madeirense e ainda uma nova regulamentação municipal ligada à Lei do Mecenato que envolverá 0,5% a 1% de todo o investimento e aquisição de despesas de capital da Câmara Municipal do Funchal, gerando assim mais receitas para as actividades culturais do Funchal. A gestão do FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL será feita pela CM do Funchal, mas irá obedecer ao projecto de ORÇAMENTO PARTICIPATIVO que a Coligação Mudança pretende implementar na política da cidade. Ou seja, os projectos aprovados não serão seleccionados apenas pela CM do Funchal, mas sim pelos próprios munícipes numa lógica de cidadania activa e participativa. Com a criação do FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL, a Coligação Mudança quer duplicar o orçamento de investimento na Cultura e Indústrias Criativas em 3 anos, gerando novas oportunidades para os artistas e agentes culturais da cidade, quer numa perspectiva meramente artística, quer numa perspectiva empresarial inovadora que crie emprego, reforce a coesão social e aumente a competitividade económica do Funchal.

Repensar por completo a utilização dos equipamentos culturais da Câmara, quer os atuais em uso, quer outros que podem ser requalificados para o sector, democratizando o seu acesso, tornando a CM em parceira estratégica dos eventos aí realizados, sempre com primazia de produção para os agentes privados (com e sem fins lucrativos) do Funchal. O objectivo será criar uma rede de infraestruturas culturais municipais e de freguesia que possua uma agenda cultural integrada e que permita a própria itinerância de eventos artísticos no concelho, agindo sempre numa lógica de levar a cultura e as indústrias criativas às pessoas.
Um exemplo claro: a CM do Funchal é a detentora do antigo cinema Navio Azul que é neste momento utilizado como armazém. Este espaço tem potencialidades fantásticas para ser requalificado como sala de espectáculos que tenham como público alvo o mercado turístico (música tradicional, teatro ligeiro, etc...) e que sejam produzidos pelos agentes culturais da cidade.

Propôr à Diocese do Funchal um programa próprio de comemoração dos 500 Anos da Diocese no que respeita a actividades culturais e que decorra entre Junho de 2014 a Junho de 2015, privilegiando a música sacra composta por funchalenses mestres-de-capela da Sé.

Criar a partir de 2016 a Comissão das Comemorações dos 600 Anos da Descoberta da Madeira que, em conjunto com o Governo Regional, prepare as comemorações de 2018 / 2020 deste grande evento.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cultura como ponte para a inovação

Ao iniciar um novo quadro de apoios comunitários que se vai basear em instrumentos de suporte à inovação, investigação científica e à disseminação pela sociedade de tecnologias de vanguarda, não se pode dissociar a política cultural da Câmara Municipal do Funchal do estímulo para a inovação, para a interdisciplinaridade e para a difusão do conhecimento por parte dos agentes culturais para com quem se relacionam.

E tendo o Funchal uma História com mais de 500 anos, o terreno é fértil para o lançamento de novas iniciativas culturais inovadoras, prepando o caminho do horizonte 2020 onde todos queremos que o Funchal seja a melhor cidade do país para se viver.

Para prosseguir este caminho será fundamental que os agentes culturais tenham a noção do trabalho em rede, da interdisciplinaridade com outras áreas como a ciência, o ambiente, as tecnologias de informação, o turismo ou a educação. Esta cooperação é também fundamental na lógica de financiamento de toda a política cultural da autarquia, uma vez que alarga públicos, cria mais valor e abrange maiores possibilidades de recurso a fundos europeus, abrindo-se a novas redes de instrumentos de financiamento, podendo os agentes culturais se candidatarem a programas não especificamente relacionados com a cultura e as indústrias criativas.

A candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal quer também trazer para esta estratégia outros actores da sociedade funchalense que muito podem ajudar os agentes culturais e artistas a criarem e implementarem projectos inovadores. Falamos da Universidade da Madeira, do M-ITI, do Parque Natural da Madeira e de outros agentes relacionados com áreas complementares à cultura e que terão papel fundamental nas parcerias com os artistas e agentes culturais do Funchal.


Medidas concretas a propôr para esta área:


Criar um sistema de incentivos aos agentes culturais que apresentem projectos interdisciplinares e instituídos em redes de parcerias, regionais, nacionais ou externas, apoiando através do Gabinete do Empreendedor Cultural candidaturas de agentes culturais a programas de I&D nas áreas das Ciências Sociais e Culturais.

Estabelecer parceria com a Universidade da Madeira e com o M-ITI para o lançamento de projectos culturais inovadores na área das Tecnologias de Informação e Comunicação e Multimedia.

Organizar conferência internacional intitulada CIDADES DO CONHECIMENTO para disseminação de iniciativas inovadoras que relacionem a ciência, a I&D com a Cultura e as Indústrias Criativas. Esta Conferência será um marco fundamental na política de internacionalização das entidades funchalenses, permitindo oportunidades de networking e parcerias com entidades estrangeiras.

Fomentar a utilização de conteúdos culturais de criadores e artistas funchalenses noutros sectores de actividade da autarquia, criando para estes mais oportunidades de inovação e emprego (por exemplo: Projectos de Sensibilização da Proteção Civil com recurso a teatro educativo nas escolas, Criação de Banda Desenhada para ações de inclusão social, etc...).

Criar estratégia na Internet denominada Funchal Cultura 2.0 para dinamizar a promoção dos agentes culturais e criadores funchalenses, apoiando-os na sua promoção e comercialização de obras online multiplataforma, gerando assim mais receitas para os agentes culturais e artistas locais.

Organizar acções de formação interdisciplinares para os agentes culturais afim de fomentar a Investigação & Desenvolvimento nas ciências da cultura.

Fomentar junto da Universidade da Madeira e o M-ITI cursos de pós-graduação e doutoramento em áreas que interliguem a I&D com a Cultura. Por ex: Técnicas ligadas ao Restauro de Património, Cultura, Turismo e Inovação.

Fomentar estágios profissionais de licenciados em áreas inovadoras e de ciência nos agentes culturais que possam apresentar projectos inovadores (por ex: técnicas de conservação das madeiras dos instrumentos tradicionais madeirenses, estudo dos fundos musicais do Funchal, virtualização do património imóvel em ambientes 3D e de realidade virtual, etc...)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Cultura como suporte da coesão social no Funchal

Numa sociedade urbana em crise e continuamente bombardeada com as mais diversas referências socio-económicas, muitas delas impostas a partir do exterior e sem qualquer conexão com a nossa realidade insular, a candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal apresenta uma proposta de política cultural da Câmara que tem um propósito claro de reforçar a coesão social do Funchal, não existindo apenas na baixa da cidade mas olhando de forma positiva para as outras centralidades municipais. Por outro lado, esta política de MUDANÇA tem que apoiar a expressão artística ao nível local e cimentar os principais activos culturais da nossa cidade, quer no âmbito da preservação do património, quer no incentivo a novas criações artísticas.


Nos últimos 20 anos associou-se sempre a prática cultural da CM do Funchal à baixa citadina, esquecendo-se por completo toda a idiossincrasia das freguesias, das zonas altas da cidade, dos bairros e inclusive de algumas novas centralidades que se foram criando nos últimos anos dievido ao crescimento urbanístico. Uma política cultural da CM do Funchal deve ter em conta todos estes factores e garantir que cultura e as indústrias criativas vão ao encontro dos seus munícipes.
A política cultural da Câmara não pode ficar à espera que os cidadãos desçam à beira-mar, mas explorar novas (e reais) potencialidades de itinerâncias e dinâmicas locais que existem no Funchal.

Fundamental nesta política será a estratégia do Orçamento Participativo, onde serão dadas oportunidades aos agentes culturais de proporem, discutirem e aprovarem inter-pares os seus projectos de desenvolvimento cultural, ganhando assim a gestão dos mesmos que serão incluídos no orçamento da Câmara Municipal do Funchal, sem qualquer interferência da autarquia em termos de conteúdo.



As Medidas concretas que nos propomos a concretizar:


Aumentar a rede de Postos de Leitura do Funchal, passando de 2 para 8, e expandir o seu conceito, ligando-o a outras expressões artísticas relacionadas com a Literatura, nomeadamente a organização de sessões com Contadores de Estórias, Concursos de Escrita, Teatro e Ensino de Português, privilegiando sempre os autores madeirenses. Com esta medida queremos aumentar a empregabilidade de pessoas com formação nas indústrias culturais e línguas e literaturas.


Criar uma Feira do Livro itinerante pelos Postos de Leitura, escolas do Concelho e outras centralidades de freguesia ao longo de todo o ano com grande ênfase nos autores e edições de livros madeirenses.


Requalificar a Revista Margem, alargando o âmbito do seu conteúdo às indústrias criativas acrescentando mais sectores de interesse como o cinema, fotografia, BD, multimedia, arquitectura e o design, distribuindo-a em todas as freguesias, entidades colectivas, ateliers, comércio tradicional e outros pontos de consulta / leitura.


Criar as Rotas do Património do Funchal que potenciem vivências do património (imóvel, móvel e imaterial) pela população do Funchal, organizando com as freguesias percursos específicos.


Apoiar a criação de um projecto de Teatro Inclusivo em parceria com entidades privadas e que possua uma estratégia de itinerância pelos vários equipamentos culturais das freguesias e bairros do Funchal, envolvendo-se numa parceria com o Instituto de Segurança Social da Madeira e a Escola de Artes / Conservatório.


Requalificar o Funchal a Cantar, levando-o de volta às freguesias da cidade.


Apoiar um novo Festival de Música Moderna para bandas madeirenses, em parceria com entidade privada, que seja itinerante pelas freguesias do Funchal, integrando neste evento entidades privadas ligadas à restauração / bares que possam acolher as diversas fases do mesmo Festival.


Apoiar logisticamente e administrativamente todas as iniciativas privadas que tenham como objectivo o desenvolvimento de projectos culturais de inclusão social.


Criação do Programa Funchal Cultura Urbana para estimular a requalificação de imóveis desativados ou fechados para atividades culturais locais, ligados às artes plásticas, performativas e audiovisuais, criando, entre outros estímulos, isenções fiscais municipais para os proprietários que participarem neste programa e apoiando assim manifestações de cultura urbana ligadas a minorias, incluindo-se aqui os próprios imóveis municipais não utilizados pela CM.



Inventariar os diversos espaços propriedade da autarquia e das freguesias para disponibilizar aos artistas, criadores e agentes culturais numa lógica de rede de cooperação, afim de aumentar o número de salas de exposição de artes plásticas, ateliers de artesanato, sempre numa perspectiva de dinamização local das actividades culturais.

Trabalhar em conjunto com as Juntas de Freguesia para a organização de eventos em regime de itinerância em todo o concelho do Funchal.

sábado, 24 de agosto de 2013

A Cultura como promoção do Emprego

Nos próximos 4 anos, não se pode dissociar nenhuma política autárquica em qualquer sector se esta não tiver como grande prioridade o combate ao desemprego e a promoção de iniciativas de criação de emprego, seja directamente, seja através de parcerias com outras entidades que gravitam à volta da Câmara Municipal do Funchal.

O grande flagelo da Madeira reside no elevado nível de desemprego, com todas as consequências directas que isso tem na felicidade das famílias e na sua motivação social. Também no sector cultural e das indústrias criativas, o desemprego é um dos factores mais relevantes devido essencialmente ao aumento exponencial de jovens formados em diversos cursos superiores ou profissionais. Só a Universidade da Madeira colocou no mercado, nos últimos anos, mais de 200 jovens licenciados em áreas como a Comunicação e Cultura, Design e Artes mas a grande maioria encontra-se no regime de desemprego ou emprego precário noutro tipo de atividade (caixas de supermercado, agricultura). O Instituto de Emprego da Madeira tem registado mais de 300 desempregados nestas áreas, a sua maioria jovens até aos 35 anos.


A candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal, no seu pelouro da Cultura, não pode ficar imune a isto e tem que promover na sua estratégia a médio e longo prazo, iniciativas que directa ou indirectamente possam gerar emprego, incentivar o auto-emprego e propiciar o empreendorismo cultural auto-sustentável.

Temos que olhar para o flagelo do desemprego e combatê-lo pessoa a pessoa, medida a medida, corpo a corpo porque este é o grande elemento que destrói qualquer política ou estratégia de crescimento ou de dinamismo de uma cidade e de uma região.


A política cultural da CM do Funchal deve assim assentar numa lógica do apoio ao emprego, criando iniciativas culturais que apoiem a profissionalização dos agentes culturais, que fomentem o auto-emprego de artistas e criadores, que apostem na formação técnica específica e de gestão, que atraiam parcerias nacionais e internacionais para bolsas de estudo e de formação no exterior e promovam a auto-sustentabilidade dos agentes culturais a médio e longo prazo.


Neste aspecto, propomos as seguintes Medidas Concretas para a área da Cultura tendo em vista a criação e a promoção do Emprego:


Criação de programas de emprego DIRECTO na Câmara Municipal do Funchal para criativos, técnicos de animação cultural, artistas e gestores culturais. Alguns exemplos concretos: na dinamização de mais Postos de Leitura pelas freguesias do Funchal, na criação e apoio logístico a guias turísticos para Rotas do Património, na criação e dinamização de ações de turismo cultural junto dos Museus, no próprio alargamento das horas e dias de funcionamento dos Museus da Cidade, no planeamento e implementação de feiras do livro itinerantes pelas freguesias do Funchal.

Implementação de programas de emprego em parceria com entidades privadas e entidades associativas através do Instituto de Emprego, discriminando POSITIVAMENTE as entidades a serem apoiadas pela CM do Funchal que gerarem empregos na área da cultura e indústrias criativas.

Criação de programas de estágios profissionais através de programas de apoio ao emprego do Instituto de Emprego da Madeira que dinamizem os diversos equipamentos culturais da autarquia (por ex: Técnicos de Animação Cultural para as Bibliotecas e Museus).


Criação de parceria com a Universidade da Madeira para os cursos ligados às Artes para realização de estágios académicos nos equipamentos culturais da CM do Funchal.


Realização de programas integrados de formação profissional para os agentes culturais, promovidos pela CM do Funchal junto do Fundo Social Europeu e de acordo com as necessidades de formação inventariadas junto destes, visando uma maior profissionalização dos agentes culturais e outorgando-os ferramentas de gestão que os possam tornar autosustentáveis no médio prazo.


Criação de Gabinete Técnico na autarquia para apoio ao Empreendedor Cultural para ajudar candidaturas de agentes culturais a sistemas de incentivos regionais, nacionais e europeus na área da Cultura. Esta é uma área fundamental na nossa proposta, uma vez que o novo programa Creative Europe 2020 para a área da cultura irá exigir maior profissionalismo nas candidaturas e na gestão de projectos. A CM do Funchal pode desempenhar aqui um papel crucial no apoio às entiades locais.


Lançamento de um PRÉMIO DE EMPREENDEDOR CULTURAL DO ANO para novos projectos culturais e ligados às indústrias criativas baseadas no Funchal. Esta será uma forma de motivar os agentes culturais e os artistas a crescerem nas suas ambições e a apostar numa lógica de maior profissionalização para o futuro.


Criar um programa próprio de aquisições de obras de arte de criadores madeirenses que possam fazer parte do acervo patrimonial da edilidade. Uma medida para estimular o reduzido mercado de arte na Madeira e que passa pela garantia de uma verba anual na CM do Funchal (integrada no Fundo de Investimento Cultural) para aquisição de obras de arte e instalação de arte pública, privilegiando novos artistas e seleccionados por um juri de reconhecida credibilidade.


Criação de um programa de MOBILIDADE JOVEM INTERNACIONAL na área da cultura em parceria com outras cidades europeias que permitam aos jovens artistas e criadores se internacionalizarem em iniciativas de estágio, emprego ou formação no estrangeiro, garantindo aos mesmos bolsas de estudo que possam potenciar a sua actividade.

Com estas 9 medidas concretas, a candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal quer contribuir decisivamente para o combate ao desemprego, um combate que tem de ser feito corpo a corpo, em cada bairro, em cada rua, em cada projecto, porque cada emprego que se cria é fundamental para podermos ultrapassar de forma decisiva esta avassaladora crise que o PSD Madeira nos colocou e para a qual não apresenta nenhuma saída nas suas políticas.




terça-feira, 30 de julho de 2013

Um FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL para o Funchal

A política cultural da Câmara Municipal do Funchal não deverá ser avulsa, constituída por um mero conjunto de eventos ad hoc, mas sim planeada e inserida num plano estratégico de desenvolvimento local. No que respeita à Cultura, a candidatura de PAULO CAFÔFO à CM do Funchal não pode dissociar-se dos desafios globais que o munícipio terá nos próximos anos. O desemprego, a coesão social, a gestão urbanística e a procura de novas etapas financeiras são tarefas hercúleas que exigem propostas absolutamente diferentes das que foram tidas em conta nos últimos mandatos no Funchal. Não se pode querer manter o estado actual de coisas quando esse estado é pura e simplesmente o imobilismo cultural e a cópia contínua de modelos esgotados.

O nosso objectivo é mudar por completo o panorama cultural da cidade do Funchal. Transformá-la numa cidade criativa, aumentar de forma exponencial o público consumidor de eventos culturais, exportar os melhores criadores e autores funchalenses e acima de tudo, provar que a Cultura e as Indústrias Criativas são uma das bases do novo paradigma de desenvolvimento que o Funchal pode iniciar para a Madeira e também para a Portugal.

Para isso, definimos quatro políticas concretas para a intervenção cultural da CM do Funchal no próximo mandato:

A Cultura como promoção de emprego
A Cultura como suporte da coesão social
A Cultura como ponte para a inovação
A Cultura como reforço da competitividade económica

Nesse âmbito, uma das iniciativas de carácter transversal a esta intervenção reside na criação de um FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL em parceria com entidades privadas, colectivas e particulares, que assuma duas estratégias: apoiar a edição, promoção e internacionalização de artistas e agentes culturais do Funchal, criar uma estratégia de aquisição de obras artísticas regionais, que apoie a revitalização e requalificação do património edificado e que ainda se assuma como entidade de capital de risco para apoiar projectos empresariais na área da cultura e indústrias criativas que se fixem no Funchal.

Este FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL terá como suportes financeiros não só o orçamento municipal, mas acima de tudo a sua integração em sistemas de incentivos especiais da União Europeia no âmbito de programas como o JEREMIE (que a Madeira desprezou nos últimos anos), a participação de mecenas e investidores privados, quer da Madeira, quer da Diaspora madeirense e ainda uma nova regulamentação municipal ligada à Lei do Mecenato que envolverá de 0,5% a 1% de todo o investimento e aquisição de despesas de capital da Câmara Municipal do Funchal, gerando assim mais receitas para as actividades culturais do Funchal.

A gestão do FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL será feita pela CM do Funchal, apoiando os projetos culturais dos cidadãos que surjam durante a discussão do ORÇAMENTO PARTICIPATIVO que a Coligação Mudança pretende implementar na política da cidade. Ou seja, os projectos aprovados serão selecionados também pelos próprios munícipes numa lógica de cidadania activa e participativa.


Com a criação do FUNDO DE INVESTIMENTO CULTURAL, a Coligação Mudança quer duplicar o orçamento de investimento na Cultura e Indústrias Criativas em 3 anos, gerando novas oportunidades para os artistas e agentes culturais da cidade, quer numa perspectiva meramente artística, quer numa perspectiva empresarial inovadora que crie emprego, reforce a coesão social e aumente a competitividade económica do Funchal.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Vamos fazer uma festa de divórcio ?

Há alguns anos apareceu uma revista em Portugal cujo lema promocional era “Despeça-se já!”. Dedicada ao empreendorismo, esta publicação fazia a apologia do auto-emprego e prometia a todos os empreendedores um futuro risonho se abandonassem os seus empregos e se dedicassem à sua utopia, fosse ela uma ideia própria ou apenas um copy-paste de outrem. Aliando a isto uma outra jura de financiamento fácil e mercado inesgotável, muitos foram os que arriscaram e, na verdade, Portugal viveu uns quantos anos de reboliço efervescente, onde professores abandonavam as aulas e exploravam franchisings de cosmética, enfermeiros lançavam-se em projectos de animação turística e quadros bancários criavam a rodos negócios Web que vendiam tudo e mais alguma coisa (inclusive um amigo meu fundou em Lisboa uma agência especializada apenas em festas de divórcio!!!).
Dez ou quinze anos após tudo isto, que balanço se pode fazer desta geração de empreendedores pioneiros ? Numa recente conferência, muitos deles expuseram as suas experiências e apesar de mais de 90% não ter conseguido consolidar com sucesso os seus primeiros negócios, poucos foram os que se arrependeram de ter dado este salto no desconhecido. Mais: a larga maioria reconhece que os falhanços iniciais foram fundamentais para uma segunda vaga de iniciativas mais consistentes, que, surpresa das surpresas, não se basearam tanto no egocentrismo empreendedor, mas sim na procura de parcerias e redes de cooperação com outros iguais ou complementares.

Tudo isto para chegarmos ao Funchal e às colmeias criativas que vão pululando por aí. Grupos de artistas plásticos com galerias rolantes, bandas de rock em concertos de autocarro, pequenos projectos de teatro alternativo em espaços degradados e outras iniciativas mais ou menos independentes que surgem sem apoios públicos, mas também sem consistência estratégica para a cidade. São micro-explosões de criatividade, úteis para o bem estar mental dos artistas, mas que necessitam de ser enquadradas por uma política cultural urbana que as potencie e as complemente com uma nova forma de fazer cultura no Funchal. Quem conseguir criar este clima de cooperação e parceria estará de certeza daqui a 10 ou 15 anos numa conferência a explicar porque é que o Funchal se tornou uma verdadeira capital criativa do Atlântico.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Como o desemprego pode ajudar o turismo da Madeira

Não tenho dúvidas que o combate ao desemprego é o nosso equivalente à tarefa de Hércules para os próximos anos, exigindo novas políticas e metodologias inovadoras para que toda uma força de trabalho qualificada seja reintroduzida na economia produtiva e seja uma combustão positiva na sociedade.
Na Madeira, é fundamental olhar para a radiografia do nosso desemprego e mesclando os vários indicadores é possível termos iniciativas válidas e inspiradoras que reduzam o desemprego. Dou exemplo abaixo de uma delas que há algum tempo deveria ter sido iniciada.
A Madeira tem neste momento mais de 7.000 desempregados com instrução de nível secundário ou superior, dos quais mais de 2.000 são jovens até aos 25 anos. Como os seus congéneres empregados, a larga maioria destes jovens desempregados utiliza o seu tempo livre na Internet, surfando as redes sociais, vendo vídeos no YouTube ou em foruns de mensagens gratuitas, numa constante actividade comunicacional com um potencial fantástico para ser maximizada em iniciativas profissionais. Pensem na energia eólica: é como se estivéssemos num campo aberto em que o vento é intenso e poderoso, faltando-nos apenas a fórmula para captar a sua energia de forma positiva e utilizá-la para fins mais socialmente lucrativos.
Do outro lado do pote temos um sector do Turismo que vem definhando na Madeira há vários anos. Falta de políticas sustentadas, inércia e saturação de quem pensa a promoção e ainda problemas estruturantes ao nível da oferta fazem com que a actividade turística (a única que ainda tem um futuro não totalmente dependente da troika e do PAEF) esteja em decadência e, tal como o desemprego, necessite urgentemente de medidas inovadoras e inspiradoras que levem à mudança de paradigma.
No sector, há um nicho de mercado que vem se tornando cada vez mais crítico para todos os agentes e que as políticas de promoção turística da Madeira vêm neglicenciando de forma absurda. A promoção e comunicação online do destino Madeira. O marketing online tem vantagens incríveis ao nível dos custos, da mensurabilidade, da rapidez, da flexibilidade, da partilha e da direcionalidade da mensagem que não são alcançáveis por qualquer outra estratégia de comunicação. Ao contrário do que as pessoas pensam, o marketing online é brutalmente eficaz quando combina tecnologia (softwares de CRM, reporting, networking, etc, etc...) com a paixão das pessoas que trabalham esses mesmos suportes. Ora, não há mais paixão como aquela que os madeirenses sentem pela sua terra.
Então porque não combinar o vento intenso de comunicação que resulta destes 2.000 jovens desempregados que surfam pela Net com uma estratégia global e estrutural de promoção turística da Madeira na Web ? Não de uma forma atabalhoada e errática, mas preparada através de formação profissional específica (6 a 8 meses de formação especializada) e orientada para o mercado, para os vários activos que a Madeira possui, trabalhando os nichos de mercado muito cirúrgicos (eventos, actividades, identidade cultural, etc) ao lado de uma promoção que incida sobre a mensagem genérica da Madeira, fazendo follow up da mesma.
Os resultados expectáveis são enormes: se cada um destes jovens gerar 2 novas reservas turísticas por mês durante 1 ano de experiência, após o período de formação, estamos a falar de 48.000 novos turistas anuais, com uma estimativa de receitas brutas na ordem dos 60 a 70 milhões de euros (gasto médio pelo pacote da viagem) ou de 19 milhões de euros em gastos médios locais. Não tenho dúvidas que estes números podem ser ainda mais elevados, tendo a posteriori um efeito fantástico na competividade do turismo madeirense e na revitalização da sua economia, gerando alavancas positivas para todos os outros nichos de emprego, directa ou indirectamente relacionados com o turismo.
O Estado deverá ser o motor de arranque de uma iniciativa como esta, deixando após os primeiros 12 meses que o sector privado absorva esta massa comunicacional, através de um pacote de incentivos à contratação (alguns deles amplificando os actualmente existentes no Instituto Regional de Emprego) e à criação do auto-emprego.
E como financiar isto tudo ? Um programa ambicioso como este terá um custo expectável na ordem dos 30 milhões de euros, se juntarmos 8 meses de formação a 1 ano de actividade específica desta massa de jovens. O financiamento de um projecto como este deverá ser uma das linhas principais do novo Quadro Comunitário de Emprego e apresentado à União Europeia como uma linha da frente do combate ao desemprego jovem. A UE reserva para o período 2014-2020 mais de 15 mil milhões de euros para a formação e combate ao desemprego jovem. A Madeira com uma iniciativa destas pode estar na pole position desta estratégia.


domingo, 12 de maio de 2013

Consumir ou produzir cultura ?


Uma das principais tarefas da gestão pública da cultura na Madeira nos próximos anos é responder à pergunta acima. Seja ela uma política de direita, alicerçada quase sempre na proteção do património e na glorificação dos grandes eventos, ou de esquerda, apoiada na acérrima defesa dos artistas e da vanguarda, será crucial definir qual a direção dos parcos dinheiros públicos que nos serão “oferecidos”, bem como qual a estratégia a apresentar à UE para o quadro comunitário 2014-2019, provavelmente a única grande fonte de investimento que teremos para potenciar.
Confesso que me preocupa o aparente vazio de propostas estratégicas para estes anos mais próximos, uma vez que todo o discurso mediático se encontra tomado pela crise e pela troika, não parecendo haver espaço para um debate que reúna artistas, gestores culturais, decisores públicos, empresários, académicos e que acerte um desígnio comum. No entanto, não se pode trocar este futuro pela pressão da discussão do presente. Se o fizermos, estaremos a hipotecar uma vez mais uma nova hipótese de desenvolvimento que terá de ser feita com base em pressupostos muito diferentes daqueles que nos governaram até agora.
O tempo não será de grandes festivais fora de escala, mas também não será de apoios exacerbados à vanguarda artística sem público. O património não poderá ser apenas protegido para continuar mumificado, mas sim vivenciado diariamente e se possível rentabilizado dessa forma. Os artistas não podem continuar a partir do pressuposto que o Estado é o garante final da sua praxis, mas apenas um motor de arranque. As parcerias serão simplesmente obrigatórias e o conceito de rede é crítico. Será fundamental ter ideias que potenciem a investigação e desenvolvimento para a criação de produtos culturais inovadores, que respeitem não só a nossa herança tradicional, mas que nos abram ao Mundo da tecnologia e dos novos suportes culturais.
Mas a grande estratégia, quanto a mim, deverá estar num apoio concreto à produção cultural e criativa na Madeira e não à importação indiferenciada do exterior. E não estou a falar de nenhuma política xenófoba, uma vez que neste campo uma das iniciativas importantes será a atração de artistas internacionais para se radicarem na Madeira e aqui trabalharem.
A Madeira deverá assumir-se como um excelente espaço de criação cultural. E aqui, não tenham dúvidas, nós podemos ser dos melhores locais do Mundo para isso. Basta misturar na dose certa a nossa oferta natural e conhecida de todos com uma política de gestão cultural que considere este sector como um activo, que gera emprego, receita fiscal e promoção e não como uma despesa que tem de estar inscrita no orçamento porque é de bom tom.

domingo, 5 de maio de 2013

Trailer do filme CORRE, de Cátia Cardoso

O trailer do excelente filme jogável da madeirense Cátia Cardoso, realizado em 2010 e finalista dos prémios ZON para curtas metragens. A não perder a sua exibição em 3 écrans SMART TV de 6 a 11 de Maio no Centro das Artes Casa das Mudas.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Para um Funchal Criativo


Pensar o Funchal como uma cidade atlântica que se irá posicionar como um espaço de criatividade livre e experimental é um dos desígnios para a próxima vereação funchalense, seja ela de que partido fôr. Num esforço público/privado, o Funchal terá que oferecer infraestruturas de habitação temporária para artistas a preços reduzidos, terá que criar espaços públicos de performance e interactividade entre artistas e público e terá que potenciar espaços para instalação de artistas e criadores residentes. 
Não basta termos um clima ameno, boa qualidade de vida e sermos cosmopolitas (embora sejamos muito mais conservadores do que imaginamos!). 

O centro do Funchal tem esse potencial com a existência de vários bairros ou quarteirões abandonados por proprietários comerciais e industriais que fecharam com a crise ou saíram para parques industriais em zonas suburbanas. A criação de BAIRROS CRIATIVOS no Funchal deverá ser uma prioridade para a Câmara Municipal do Funchal no curto prazo, afim de evitar um crescente esvaziamento da dinâmica do centro da cidade. A Câmara Municipal do Funchal terá um papel fundamental na dinamização destas potencialidades todas e na criação de mecanismos de incentivos para a atração e fixação de artistas, start ups inovadoras, associações culturais e outros agentes das indústrias criativas que possam transformar o Funchal numa capital atlântica do sector e assim florescer novos paradigmas de negócio e cooperação com outras regiões.

E como financiar este esforço de mudança ? 
Este projecto deverá ser negociado globalmente entre a Câmara Municipal do Funchal e as principais instâncias que gerem as estratégias de financiamento da RAM, a saber: Governo Regional, IDR, IDERAM, Formação Profissional, M-ITI, Universidade da Madeira, surgindo como uma das estratégias principais da Madeira para o Quadro Comunitário 2020 para a área da Cultura, Juventude e Inovação. Para isso, os putativos candidatos devem -desde já- estabelecer as suas prioridades junto destas instâncias, afim que o Funchal não fique de fora dos fundos comunitários disponíveis (como se encontra desde há 4 ou 5 anos) criando programas-chapéu que mereçam a atenção da União Europeia e que depois se consubstanciem em iniciativas concretas. Apesar das reduções globais nos orçamentos da UE para a Madeira, estas áreas terão aumentos concretos (por ex, os projectos para a Juventude e Inovação), desde que se apresentem estratégias globalmente integradoras e em cooperação com outras entidades.

Mas o financiamento deverá igualmente ser negociado com as entidades privadas que operam no Funchal para que percebam que a cultura e as indústrias criativas podem criar riqueza, gerar empregos e promover a atração turística. Empresas do sector turístico, das telecomunicações e audiovisual, dos transportes e imobiliárias que poderão ter aqui importantes achegas para os seus modelos de negócio que caem a pique desde 2008.

Qualquer que seja a força política a governar o Funchal nos próximos tempos, ela não poderá continuar a viver apenas com uma política cultural de festas e grandes desfiles históricos que enchem o olho, mas que não trazem sustentabilidade para os agentes culturais e criativos que têm surgido nos últimos anos na capital. Ela terá sim que se preocupar com toda uma geração altamente qualificada dos 15 aos 35 anos que, de repente ficou entalada numa crise sem precedentes, com as suas famílias endividadas e com a emigração como única hipótese de sobreviverem nos tempos mais próximos. Impedir ou minimizar tudo isto deverá ser o Desígnio do próximo governo do Funchal. Que não tem outra saída se não fôr bastante criativo na sua função.