Numa sociedade urbana em crise e continuamente bombardeada com as
mais diversas referências socio-económicas, muitas delas impostas a partir do exterior e sem qualquer conexão com a nossa realidade insular, a candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal apresenta uma proposta de política cultural da
Câmara que tem um propósito claro de reforçar a coesão
social do Funchal, não existindo apenas na baixa da cidade mas olhando de forma positiva para as outras centralidades municipais. Por outro lado, esta política de MUDANÇA tem que apoiar a expressão artística ao nível local e cimentar os principais activos culturais da nossa cidade, quer no
âmbito da preservação do património, quer no incentivo a novas
criações artísticas.
Nos últimos 20 anos associou-se sempre a prática cultural da CM do Funchal à baixa
citadina, esquecendo-se por completo toda a idiossincrasia das
freguesias, das zonas altas da cidade, dos bairros e inclusive de algumas novas centralidades
que se foram criando nos últimos anos dievido ao crescimento urbanístico. Uma política cultural da CM do Funchal deve ter em conta
todos estes factores e garantir que cultura e as indústrias
criativas vão ao encontro dos seus munícipes.
A política cultural da Câmara não pode ficar à espera
que os cidadãos desçam à beira-mar, mas explorar novas (e reais) potencialidades de itinerâncias e dinâmicas locais que existem no Funchal.
Fundamental nesta política será a estratégia do Orçamento Participativo, onde serão dadas oportunidades aos agentes culturais de proporem, discutirem e aprovarem inter-pares os seus projectos de desenvolvimento cultural, ganhando assim a gestão dos mesmos que serão incluídos no orçamento da Câmara Municipal do Funchal, sem qualquer interferência da autarquia em termos de conteúdo.
As Medidas concretas que nos propomos a concretizar:
Aumentar a rede de Postos de Leitura do Funchal, passando de 2
para 8, e expandir o seu conceito, ligando-o a outras expressões
artísticas relacionadas com a Literatura, nomeadamente a organização
de sessões com Contadores de Estórias, Concursos de Escrita, Teatro
e Ensino de Português, privilegiando sempre os autores madeirenses. Com esta medida queremos aumentar a empregabilidade de pessoas com formação nas indústrias culturais e línguas e literaturas.
Criar uma Feira do Livro itinerante pelos Postos de Leitura, escolas
do Concelho e outras centralidades de freguesia ao longo de todo o ano com grande ênfase nos autores e
edições de livros madeirenses.
Requalificar a Revista Margem, alargando o âmbito do seu conteúdo
às indústrias criativas acrescentando mais sectores de interesse
como o cinema, fotografia, BD, multimedia, arquitectura e o design,
distribuindo-a em todas as freguesias, entidades colectivas,
ateliers, comércio tradicional e outros pontos de consulta /
leitura.
Criar as Rotas do Património do Funchal que potenciem
vivências do património (imóvel, móvel e imaterial) pela
população do Funchal, organizando com as freguesias percursos
específicos.
Apoiar a criação de um projecto de Teatro Inclusivo em parceria
com entidades privadas e que possua uma estratégia de itinerância
pelos vários equipamentos culturais das freguesias e bairros do
Funchal, envolvendo-se numa parceria com o Instituto de Segurança
Social da Madeira e a Escola de Artes / Conservatório.
Requalificar o Funchal a Cantar, levando-o de volta às freguesias
da cidade.
Apoiar um novo Festival de Música Moderna para bandas madeirenses,
em parceria com entidade privada, que seja itinerante pelas
freguesias do Funchal, integrando neste evento entidades privadas
ligadas à restauração / bares que possam acolher as diversas fases
do mesmo Festival.
Apoiar logisticamente e administrativamente todas as iniciativas
privadas que tenham como objectivo o desenvolvimento de projectos
culturais de inclusão social.
Criação do Programa Funchal Cultura Urbana para estimular a
requalificação de imóveis desativados ou fechados para atividades
culturais locais, ligados às artes plásticas, performativas e
audiovisuais, criando, entre outros estímulos, isenções fiscais
municipais para os proprietários que participarem neste programa e
apoiando assim manifestações de cultura urbana ligadas a minorias,
incluindo-se aqui os próprios imóveis municipais não utilizados
pela CM.
Inventariar os diversos espaços propriedade da autarquia e das
freguesias para disponibilizar aos artistas, criadores e agentes
culturais numa lógica de rede de cooperação, afim de aumentar o
número de salas de exposição de artes plásticas, ateliers de
artesanato, sempre numa perspectiva de dinamização local das actividades culturais.
Trabalhar em conjunto com as Juntas de Freguesia para a organização de eventos em regime de itinerância em todo o concelho do Funchal.
Sem comentários:
Enviar um comentário