quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Cultura como suporte da coesão social no Funchal

Numa sociedade urbana em crise e continuamente bombardeada com as mais diversas referências socio-económicas, muitas delas impostas a partir do exterior e sem qualquer conexão com a nossa realidade insular, a candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal apresenta uma proposta de política cultural da Câmara que tem um propósito claro de reforçar a coesão social do Funchal, não existindo apenas na baixa da cidade mas olhando de forma positiva para as outras centralidades municipais. Por outro lado, esta política de MUDANÇA tem que apoiar a expressão artística ao nível local e cimentar os principais activos culturais da nossa cidade, quer no âmbito da preservação do património, quer no incentivo a novas criações artísticas.


Nos últimos 20 anos associou-se sempre a prática cultural da CM do Funchal à baixa citadina, esquecendo-se por completo toda a idiossincrasia das freguesias, das zonas altas da cidade, dos bairros e inclusive de algumas novas centralidades que se foram criando nos últimos anos dievido ao crescimento urbanístico. Uma política cultural da CM do Funchal deve ter em conta todos estes factores e garantir que cultura e as indústrias criativas vão ao encontro dos seus munícipes.
A política cultural da Câmara não pode ficar à espera que os cidadãos desçam à beira-mar, mas explorar novas (e reais) potencialidades de itinerâncias e dinâmicas locais que existem no Funchal.

Fundamental nesta política será a estratégia do Orçamento Participativo, onde serão dadas oportunidades aos agentes culturais de proporem, discutirem e aprovarem inter-pares os seus projectos de desenvolvimento cultural, ganhando assim a gestão dos mesmos que serão incluídos no orçamento da Câmara Municipal do Funchal, sem qualquer interferência da autarquia em termos de conteúdo.



As Medidas concretas que nos propomos a concretizar:


Aumentar a rede de Postos de Leitura do Funchal, passando de 2 para 8, e expandir o seu conceito, ligando-o a outras expressões artísticas relacionadas com a Literatura, nomeadamente a organização de sessões com Contadores de Estórias, Concursos de Escrita, Teatro e Ensino de Português, privilegiando sempre os autores madeirenses. Com esta medida queremos aumentar a empregabilidade de pessoas com formação nas indústrias culturais e línguas e literaturas.


Criar uma Feira do Livro itinerante pelos Postos de Leitura, escolas do Concelho e outras centralidades de freguesia ao longo de todo o ano com grande ênfase nos autores e edições de livros madeirenses.


Requalificar a Revista Margem, alargando o âmbito do seu conteúdo às indústrias criativas acrescentando mais sectores de interesse como o cinema, fotografia, BD, multimedia, arquitectura e o design, distribuindo-a em todas as freguesias, entidades colectivas, ateliers, comércio tradicional e outros pontos de consulta / leitura.


Criar as Rotas do Património do Funchal que potenciem vivências do património (imóvel, móvel e imaterial) pela população do Funchal, organizando com as freguesias percursos específicos.


Apoiar a criação de um projecto de Teatro Inclusivo em parceria com entidades privadas e que possua uma estratégia de itinerância pelos vários equipamentos culturais das freguesias e bairros do Funchal, envolvendo-se numa parceria com o Instituto de Segurança Social da Madeira e a Escola de Artes / Conservatório.


Requalificar o Funchal a Cantar, levando-o de volta às freguesias da cidade.


Apoiar um novo Festival de Música Moderna para bandas madeirenses, em parceria com entidade privada, que seja itinerante pelas freguesias do Funchal, integrando neste evento entidades privadas ligadas à restauração / bares que possam acolher as diversas fases do mesmo Festival.


Apoiar logisticamente e administrativamente todas as iniciativas privadas que tenham como objectivo o desenvolvimento de projectos culturais de inclusão social.


Criação do Programa Funchal Cultura Urbana para estimular a requalificação de imóveis desativados ou fechados para atividades culturais locais, ligados às artes plásticas, performativas e audiovisuais, criando, entre outros estímulos, isenções fiscais municipais para os proprietários que participarem neste programa e apoiando assim manifestações de cultura urbana ligadas a minorias, incluindo-se aqui os próprios imóveis municipais não utilizados pela CM.



Inventariar os diversos espaços propriedade da autarquia e das freguesias para disponibilizar aos artistas, criadores e agentes culturais numa lógica de rede de cooperação, afim de aumentar o número de salas de exposição de artes plásticas, ateliers de artesanato, sempre numa perspectiva de dinamização local das actividades culturais.

Trabalhar em conjunto com as Juntas de Freguesia para a organização de eventos em regime de itinerância em todo o concelho do Funchal.

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