sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cultura como ponte para a inovação

Ao iniciar um novo quadro de apoios comunitários que se vai basear em instrumentos de suporte à inovação, investigação científica e à disseminação pela sociedade de tecnologias de vanguarda, não se pode dissociar a política cultural da Câmara Municipal do Funchal do estímulo para a inovação, para a interdisciplinaridade e para a difusão do conhecimento por parte dos agentes culturais para com quem se relacionam.

E tendo o Funchal uma História com mais de 500 anos, o terreno é fértil para o lançamento de novas iniciativas culturais inovadoras, prepando o caminho do horizonte 2020 onde todos queremos que o Funchal seja a melhor cidade do país para se viver.

Para prosseguir este caminho será fundamental que os agentes culturais tenham a noção do trabalho em rede, da interdisciplinaridade com outras áreas como a ciência, o ambiente, as tecnologias de informação, o turismo ou a educação. Esta cooperação é também fundamental na lógica de financiamento de toda a política cultural da autarquia, uma vez que alarga públicos, cria mais valor e abrange maiores possibilidades de recurso a fundos europeus, abrindo-se a novas redes de instrumentos de financiamento, podendo os agentes culturais se candidatarem a programas não especificamente relacionados com a cultura e as indústrias criativas.

A candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal quer também trazer para esta estratégia outros actores da sociedade funchalense que muito podem ajudar os agentes culturais e artistas a criarem e implementarem projectos inovadores. Falamos da Universidade da Madeira, do M-ITI, do Parque Natural da Madeira e de outros agentes relacionados com áreas complementares à cultura e que terão papel fundamental nas parcerias com os artistas e agentes culturais do Funchal.


Medidas concretas a propôr para esta área:


Criar um sistema de incentivos aos agentes culturais que apresentem projectos interdisciplinares e instituídos em redes de parcerias, regionais, nacionais ou externas, apoiando através do Gabinete do Empreendedor Cultural candidaturas de agentes culturais a programas de I&D nas áreas das Ciências Sociais e Culturais.

Estabelecer parceria com a Universidade da Madeira e com o M-ITI para o lançamento de projectos culturais inovadores na área das Tecnologias de Informação e Comunicação e Multimedia.

Organizar conferência internacional intitulada CIDADES DO CONHECIMENTO para disseminação de iniciativas inovadoras que relacionem a ciência, a I&D com a Cultura e as Indústrias Criativas. Esta Conferência será um marco fundamental na política de internacionalização das entidades funchalenses, permitindo oportunidades de networking e parcerias com entidades estrangeiras.

Fomentar a utilização de conteúdos culturais de criadores e artistas funchalenses noutros sectores de actividade da autarquia, criando para estes mais oportunidades de inovação e emprego (por exemplo: Projectos de Sensibilização da Proteção Civil com recurso a teatro educativo nas escolas, Criação de Banda Desenhada para ações de inclusão social, etc...).

Criar estratégia na Internet denominada Funchal Cultura 2.0 para dinamizar a promoção dos agentes culturais e criadores funchalenses, apoiando-os na sua promoção e comercialização de obras online multiplataforma, gerando assim mais receitas para os agentes culturais e artistas locais.

Organizar acções de formação interdisciplinares para os agentes culturais afim de fomentar a Investigação & Desenvolvimento nas ciências da cultura.

Fomentar junto da Universidade da Madeira e o M-ITI cursos de pós-graduação e doutoramento em áreas que interliguem a I&D com a Cultura. Por ex: Técnicas ligadas ao Restauro de Património, Cultura, Turismo e Inovação.

Fomentar estágios profissionais de licenciados em áreas inovadoras e de ciência nos agentes culturais que possam apresentar projectos inovadores (por ex: técnicas de conservação das madeiras dos instrumentos tradicionais madeirenses, estudo dos fundos musicais do Funchal, virtualização do património imóvel em ambientes 3D e de realidade virtual, etc...)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Cultura como suporte da coesão social no Funchal

Numa sociedade urbana em crise e continuamente bombardeada com as mais diversas referências socio-económicas, muitas delas impostas a partir do exterior e sem qualquer conexão com a nossa realidade insular, a candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal apresenta uma proposta de política cultural da Câmara que tem um propósito claro de reforçar a coesão social do Funchal, não existindo apenas na baixa da cidade mas olhando de forma positiva para as outras centralidades municipais. Por outro lado, esta política de MUDANÇA tem que apoiar a expressão artística ao nível local e cimentar os principais activos culturais da nossa cidade, quer no âmbito da preservação do património, quer no incentivo a novas criações artísticas.


Nos últimos 20 anos associou-se sempre a prática cultural da CM do Funchal à baixa citadina, esquecendo-se por completo toda a idiossincrasia das freguesias, das zonas altas da cidade, dos bairros e inclusive de algumas novas centralidades que se foram criando nos últimos anos dievido ao crescimento urbanístico. Uma política cultural da CM do Funchal deve ter em conta todos estes factores e garantir que cultura e as indústrias criativas vão ao encontro dos seus munícipes.
A política cultural da Câmara não pode ficar à espera que os cidadãos desçam à beira-mar, mas explorar novas (e reais) potencialidades de itinerâncias e dinâmicas locais que existem no Funchal.

Fundamental nesta política será a estratégia do Orçamento Participativo, onde serão dadas oportunidades aos agentes culturais de proporem, discutirem e aprovarem inter-pares os seus projectos de desenvolvimento cultural, ganhando assim a gestão dos mesmos que serão incluídos no orçamento da Câmara Municipal do Funchal, sem qualquer interferência da autarquia em termos de conteúdo.



As Medidas concretas que nos propomos a concretizar:


Aumentar a rede de Postos de Leitura do Funchal, passando de 2 para 8, e expandir o seu conceito, ligando-o a outras expressões artísticas relacionadas com a Literatura, nomeadamente a organização de sessões com Contadores de Estórias, Concursos de Escrita, Teatro e Ensino de Português, privilegiando sempre os autores madeirenses. Com esta medida queremos aumentar a empregabilidade de pessoas com formação nas indústrias culturais e línguas e literaturas.


Criar uma Feira do Livro itinerante pelos Postos de Leitura, escolas do Concelho e outras centralidades de freguesia ao longo de todo o ano com grande ênfase nos autores e edições de livros madeirenses.


Requalificar a Revista Margem, alargando o âmbito do seu conteúdo às indústrias criativas acrescentando mais sectores de interesse como o cinema, fotografia, BD, multimedia, arquitectura e o design, distribuindo-a em todas as freguesias, entidades colectivas, ateliers, comércio tradicional e outros pontos de consulta / leitura.


Criar as Rotas do Património do Funchal que potenciem vivências do património (imóvel, móvel e imaterial) pela população do Funchal, organizando com as freguesias percursos específicos.


Apoiar a criação de um projecto de Teatro Inclusivo em parceria com entidades privadas e que possua uma estratégia de itinerância pelos vários equipamentos culturais das freguesias e bairros do Funchal, envolvendo-se numa parceria com o Instituto de Segurança Social da Madeira e a Escola de Artes / Conservatório.


Requalificar o Funchal a Cantar, levando-o de volta às freguesias da cidade.


Apoiar um novo Festival de Música Moderna para bandas madeirenses, em parceria com entidade privada, que seja itinerante pelas freguesias do Funchal, integrando neste evento entidades privadas ligadas à restauração / bares que possam acolher as diversas fases do mesmo Festival.


Apoiar logisticamente e administrativamente todas as iniciativas privadas que tenham como objectivo o desenvolvimento de projectos culturais de inclusão social.


Criação do Programa Funchal Cultura Urbana para estimular a requalificação de imóveis desativados ou fechados para atividades culturais locais, ligados às artes plásticas, performativas e audiovisuais, criando, entre outros estímulos, isenções fiscais municipais para os proprietários que participarem neste programa e apoiando assim manifestações de cultura urbana ligadas a minorias, incluindo-se aqui os próprios imóveis municipais não utilizados pela CM.



Inventariar os diversos espaços propriedade da autarquia e das freguesias para disponibilizar aos artistas, criadores e agentes culturais numa lógica de rede de cooperação, afim de aumentar o número de salas de exposição de artes plásticas, ateliers de artesanato, sempre numa perspectiva de dinamização local das actividades culturais.

Trabalhar em conjunto com as Juntas de Freguesia para a organização de eventos em regime de itinerância em todo o concelho do Funchal.

sábado, 24 de agosto de 2013

A Cultura como promoção do Emprego

Nos próximos 4 anos, não se pode dissociar nenhuma política autárquica em qualquer sector se esta não tiver como grande prioridade o combate ao desemprego e a promoção de iniciativas de criação de emprego, seja directamente, seja através de parcerias com outras entidades que gravitam à volta da Câmara Municipal do Funchal.

O grande flagelo da Madeira reside no elevado nível de desemprego, com todas as consequências directas que isso tem na felicidade das famílias e na sua motivação social. Também no sector cultural e das indústrias criativas, o desemprego é um dos factores mais relevantes devido essencialmente ao aumento exponencial de jovens formados em diversos cursos superiores ou profissionais. Só a Universidade da Madeira colocou no mercado, nos últimos anos, mais de 200 jovens licenciados em áreas como a Comunicação e Cultura, Design e Artes mas a grande maioria encontra-se no regime de desemprego ou emprego precário noutro tipo de atividade (caixas de supermercado, agricultura). O Instituto de Emprego da Madeira tem registado mais de 300 desempregados nestas áreas, a sua maioria jovens até aos 35 anos.


A candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal, no seu pelouro da Cultura, não pode ficar imune a isto e tem que promover na sua estratégia a médio e longo prazo, iniciativas que directa ou indirectamente possam gerar emprego, incentivar o auto-emprego e propiciar o empreendorismo cultural auto-sustentável.

Temos que olhar para o flagelo do desemprego e combatê-lo pessoa a pessoa, medida a medida, corpo a corpo porque este é o grande elemento que destrói qualquer política ou estratégia de crescimento ou de dinamismo de uma cidade e de uma região.


A política cultural da CM do Funchal deve assim assentar numa lógica do apoio ao emprego, criando iniciativas culturais que apoiem a profissionalização dos agentes culturais, que fomentem o auto-emprego de artistas e criadores, que apostem na formação técnica específica e de gestão, que atraiam parcerias nacionais e internacionais para bolsas de estudo e de formação no exterior e promovam a auto-sustentabilidade dos agentes culturais a médio e longo prazo.


Neste aspecto, propomos as seguintes Medidas Concretas para a área da Cultura tendo em vista a criação e a promoção do Emprego:


Criação de programas de emprego DIRECTO na Câmara Municipal do Funchal para criativos, técnicos de animação cultural, artistas e gestores culturais. Alguns exemplos concretos: na dinamização de mais Postos de Leitura pelas freguesias do Funchal, na criação e apoio logístico a guias turísticos para Rotas do Património, na criação e dinamização de ações de turismo cultural junto dos Museus, no próprio alargamento das horas e dias de funcionamento dos Museus da Cidade, no planeamento e implementação de feiras do livro itinerantes pelas freguesias do Funchal.

Implementação de programas de emprego em parceria com entidades privadas e entidades associativas através do Instituto de Emprego, discriminando POSITIVAMENTE as entidades a serem apoiadas pela CM do Funchal que gerarem empregos na área da cultura e indústrias criativas.

Criação de programas de estágios profissionais através de programas de apoio ao emprego do Instituto de Emprego da Madeira que dinamizem os diversos equipamentos culturais da autarquia (por ex: Técnicos de Animação Cultural para as Bibliotecas e Museus).


Criação de parceria com a Universidade da Madeira para os cursos ligados às Artes para realização de estágios académicos nos equipamentos culturais da CM do Funchal.


Realização de programas integrados de formação profissional para os agentes culturais, promovidos pela CM do Funchal junto do Fundo Social Europeu e de acordo com as necessidades de formação inventariadas junto destes, visando uma maior profissionalização dos agentes culturais e outorgando-os ferramentas de gestão que os possam tornar autosustentáveis no médio prazo.


Criação de Gabinete Técnico na autarquia para apoio ao Empreendedor Cultural para ajudar candidaturas de agentes culturais a sistemas de incentivos regionais, nacionais e europeus na área da Cultura. Esta é uma área fundamental na nossa proposta, uma vez que o novo programa Creative Europe 2020 para a área da cultura irá exigir maior profissionalismo nas candidaturas e na gestão de projectos. A CM do Funchal pode desempenhar aqui um papel crucial no apoio às entiades locais.


Lançamento de um PRÉMIO DE EMPREENDEDOR CULTURAL DO ANO para novos projectos culturais e ligados às indústrias criativas baseadas no Funchal. Esta será uma forma de motivar os agentes culturais e os artistas a crescerem nas suas ambições e a apostar numa lógica de maior profissionalização para o futuro.


Criar um programa próprio de aquisições de obras de arte de criadores madeirenses que possam fazer parte do acervo patrimonial da edilidade. Uma medida para estimular o reduzido mercado de arte na Madeira e que passa pela garantia de uma verba anual na CM do Funchal (integrada no Fundo de Investimento Cultural) para aquisição de obras de arte e instalação de arte pública, privilegiando novos artistas e seleccionados por um juri de reconhecida credibilidade.


Criação de um programa de MOBILIDADE JOVEM INTERNACIONAL na área da cultura em parceria com outras cidades europeias que permitam aos jovens artistas e criadores se internacionalizarem em iniciativas de estágio, emprego ou formação no estrangeiro, garantindo aos mesmos bolsas de estudo que possam potenciar a sua actividade.

Com estas 9 medidas concretas, a candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal quer contribuir decisivamente para o combate ao desemprego, um combate que tem de ser feito corpo a corpo, em cada bairro, em cada rua, em cada projecto, porque cada emprego que se cria é fundamental para podermos ultrapassar de forma decisiva esta avassaladora crise que o PSD Madeira nos colocou e para a qual não apresenta nenhuma saída nas suas políticas.