sábado, 24 de agosto de 2013

A Cultura como promoção do Emprego

Nos próximos 4 anos, não se pode dissociar nenhuma política autárquica em qualquer sector se esta não tiver como grande prioridade o combate ao desemprego e a promoção de iniciativas de criação de emprego, seja directamente, seja através de parcerias com outras entidades que gravitam à volta da Câmara Municipal do Funchal.

O grande flagelo da Madeira reside no elevado nível de desemprego, com todas as consequências directas que isso tem na felicidade das famílias e na sua motivação social. Também no sector cultural e das indústrias criativas, o desemprego é um dos factores mais relevantes devido essencialmente ao aumento exponencial de jovens formados em diversos cursos superiores ou profissionais. Só a Universidade da Madeira colocou no mercado, nos últimos anos, mais de 200 jovens licenciados em áreas como a Comunicação e Cultura, Design e Artes mas a grande maioria encontra-se no regime de desemprego ou emprego precário noutro tipo de atividade (caixas de supermercado, agricultura). O Instituto de Emprego da Madeira tem registado mais de 300 desempregados nestas áreas, a sua maioria jovens até aos 35 anos.


A candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal, no seu pelouro da Cultura, não pode ficar imune a isto e tem que promover na sua estratégia a médio e longo prazo, iniciativas que directa ou indirectamente possam gerar emprego, incentivar o auto-emprego e propiciar o empreendorismo cultural auto-sustentável.

Temos que olhar para o flagelo do desemprego e combatê-lo pessoa a pessoa, medida a medida, corpo a corpo porque este é o grande elemento que destrói qualquer política ou estratégia de crescimento ou de dinamismo de uma cidade e de uma região.


A política cultural da CM do Funchal deve assim assentar numa lógica do apoio ao emprego, criando iniciativas culturais que apoiem a profissionalização dos agentes culturais, que fomentem o auto-emprego de artistas e criadores, que apostem na formação técnica específica e de gestão, que atraiam parcerias nacionais e internacionais para bolsas de estudo e de formação no exterior e promovam a auto-sustentabilidade dos agentes culturais a médio e longo prazo.


Neste aspecto, propomos as seguintes Medidas Concretas para a área da Cultura tendo em vista a criação e a promoção do Emprego:


Criação de programas de emprego DIRECTO na Câmara Municipal do Funchal para criativos, técnicos de animação cultural, artistas e gestores culturais. Alguns exemplos concretos: na dinamização de mais Postos de Leitura pelas freguesias do Funchal, na criação e apoio logístico a guias turísticos para Rotas do Património, na criação e dinamização de ações de turismo cultural junto dos Museus, no próprio alargamento das horas e dias de funcionamento dos Museus da Cidade, no planeamento e implementação de feiras do livro itinerantes pelas freguesias do Funchal.

Implementação de programas de emprego em parceria com entidades privadas e entidades associativas através do Instituto de Emprego, discriminando POSITIVAMENTE as entidades a serem apoiadas pela CM do Funchal que gerarem empregos na área da cultura e indústrias criativas.

Criação de programas de estágios profissionais através de programas de apoio ao emprego do Instituto de Emprego da Madeira que dinamizem os diversos equipamentos culturais da autarquia (por ex: Técnicos de Animação Cultural para as Bibliotecas e Museus).


Criação de parceria com a Universidade da Madeira para os cursos ligados às Artes para realização de estágios académicos nos equipamentos culturais da CM do Funchal.


Realização de programas integrados de formação profissional para os agentes culturais, promovidos pela CM do Funchal junto do Fundo Social Europeu e de acordo com as necessidades de formação inventariadas junto destes, visando uma maior profissionalização dos agentes culturais e outorgando-os ferramentas de gestão que os possam tornar autosustentáveis no médio prazo.


Criação de Gabinete Técnico na autarquia para apoio ao Empreendedor Cultural para ajudar candidaturas de agentes culturais a sistemas de incentivos regionais, nacionais e europeus na área da Cultura. Esta é uma área fundamental na nossa proposta, uma vez que o novo programa Creative Europe 2020 para a área da cultura irá exigir maior profissionalismo nas candidaturas e na gestão de projectos. A CM do Funchal pode desempenhar aqui um papel crucial no apoio às entiades locais.


Lançamento de um PRÉMIO DE EMPREENDEDOR CULTURAL DO ANO para novos projectos culturais e ligados às indústrias criativas baseadas no Funchal. Esta será uma forma de motivar os agentes culturais e os artistas a crescerem nas suas ambições e a apostar numa lógica de maior profissionalização para o futuro.


Criar um programa próprio de aquisições de obras de arte de criadores madeirenses que possam fazer parte do acervo patrimonial da edilidade. Uma medida para estimular o reduzido mercado de arte na Madeira e que passa pela garantia de uma verba anual na CM do Funchal (integrada no Fundo de Investimento Cultural) para aquisição de obras de arte e instalação de arte pública, privilegiando novos artistas e seleccionados por um juri de reconhecida credibilidade.


Criação de um programa de MOBILIDADE JOVEM INTERNACIONAL na área da cultura em parceria com outras cidades europeias que permitam aos jovens artistas e criadores se internacionalizarem em iniciativas de estágio, emprego ou formação no estrangeiro, garantindo aos mesmos bolsas de estudo que possam potenciar a sua actividade.

Com estas 9 medidas concretas, a candidatura de Paulo Cafôfo à Câmara Municipal do Funchal quer contribuir decisivamente para o combate ao desemprego, um combate que tem de ser feito corpo a corpo, em cada bairro, em cada rua, em cada projecto, porque cada emprego que se cria é fundamental para podermos ultrapassar de forma decisiva esta avassaladora crise que o PSD Madeira nos colocou e para a qual não apresenta nenhuma saída nas suas políticas.




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