domingo, 12 de maio de 2013

Consumir ou produzir cultura ?


Uma das principais tarefas da gestão pública da cultura na Madeira nos próximos anos é responder à pergunta acima. Seja ela uma política de direita, alicerçada quase sempre na proteção do património e na glorificação dos grandes eventos, ou de esquerda, apoiada na acérrima defesa dos artistas e da vanguarda, será crucial definir qual a direção dos parcos dinheiros públicos que nos serão “oferecidos”, bem como qual a estratégia a apresentar à UE para o quadro comunitário 2014-2019, provavelmente a única grande fonte de investimento que teremos para potenciar.
Confesso que me preocupa o aparente vazio de propostas estratégicas para estes anos mais próximos, uma vez que todo o discurso mediático se encontra tomado pela crise e pela troika, não parecendo haver espaço para um debate que reúna artistas, gestores culturais, decisores públicos, empresários, académicos e que acerte um desígnio comum. No entanto, não se pode trocar este futuro pela pressão da discussão do presente. Se o fizermos, estaremos a hipotecar uma vez mais uma nova hipótese de desenvolvimento que terá de ser feita com base em pressupostos muito diferentes daqueles que nos governaram até agora.
O tempo não será de grandes festivais fora de escala, mas também não será de apoios exacerbados à vanguarda artística sem público. O património não poderá ser apenas protegido para continuar mumificado, mas sim vivenciado diariamente e se possível rentabilizado dessa forma. Os artistas não podem continuar a partir do pressuposto que o Estado é o garante final da sua praxis, mas apenas um motor de arranque. As parcerias serão simplesmente obrigatórias e o conceito de rede é crítico. Será fundamental ter ideias que potenciem a investigação e desenvolvimento para a criação de produtos culturais inovadores, que respeitem não só a nossa herança tradicional, mas que nos abram ao Mundo da tecnologia e dos novos suportes culturais.
Mas a grande estratégia, quanto a mim, deverá estar num apoio concreto à produção cultural e criativa na Madeira e não à importação indiferenciada do exterior. E não estou a falar de nenhuma política xenófoba, uma vez que neste campo uma das iniciativas importantes será a atração de artistas internacionais para se radicarem na Madeira e aqui trabalharem.
A Madeira deverá assumir-se como um excelente espaço de criação cultural. E aqui, não tenham dúvidas, nós podemos ser dos melhores locais do Mundo para isso. Basta misturar na dose certa a nossa oferta natural e conhecida de todos com uma política de gestão cultural que considere este sector como um activo, que gera emprego, receita fiscal e promoção e não como uma despesa que tem de estar inscrita no orçamento porque é de bom tom.

domingo, 5 de maio de 2013

Trailer do filme CORRE, de Cátia Cardoso

O trailer do excelente filme jogável da madeirense Cátia Cardoso, realizado em 2010 e finalista dos prémios ZON para curtas metragens. A não perder a sua exibição em 3 écrans SMART TV de 6 a 11 de Maio no Centro das Artes Casa das Mudas.