quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


A pergunta de 1 milhão de euros 

Não tenho dúvidas de que no futuro teremos de trabalhar mais, trabalhar mais tempo, mas acima de tudo teremos que trabalhar de forma mais criativa e mais inteligente. O mais curioso é que enquanto toda a gente aceita de forma quase passiva os primeiros dois postulados, o terceiro, que é aquele que nos permitiria, a médio prazo, reduzir os dois primeiros, é o mais ausente do discurso global que acompanha políticos, empresários, comentadores, etc...
Trabalhar de forma mais inteligente pressupõe que teremos de abandonar algumas lógicas instituídas na nossa sociedade. Implica desprioritizar o conceito de Propriedade para nos focarmos mais na Partilha, requer que abandonemos a agressividade da Competição para pensar mais na potencialidade da Coopetição e define que nos concentremos em apoiar o Talento e a Tolerância e evitar o Seguidismo e os Guetos (as tais capelinhas que a Madeira tanto tem).
Ao contrário do que se pensa, este novo paradigma não elimina ninguém, nem mesmo aqueles que durante anos trocaram a educação pela construção ou até os que se converteram à lógica irredutível dos mercados financeiros como chave-na-mão para todo o desenvolvimento. Necessitamos de todos, porque o seu funcionamento assenta numa lógica de rede, de partilha de conhecimento e recursos, e da presunção que o Talento, a Criatividade e a Tolerância fazem parte do código genético de cada indíviduo.
Então qual é a pergunta de 1 milhão de euros ? Simples: Qual é o Governo que vai tê-los no sítio para fazer esta mudança ?