segunda-feira, 4 de abril de 2011

Museu do Holocausto ou do Sexo ?

Numa das suas aparições esdruxúlas, o Comendador Berardo auto-proclamou o futuro projecto para a Madeira: a criação de um Museu do Holocausto no actual Matadouro do Funchal (?!). Justificando janctasiosamente a sua escolha com a necessidade de deixar na Madeira a sua colecção de obras Arte Deco e com uma vaga explicação sobre o papel dos judeus no apoio à Arte, Joe Berardo apresentou tal ideia peregrina ao presidente da Câmara, Miguel Albuquerque, que –só pelo facto de ainda estar remetido ao silêncio- parece que vai entrar na carruagem do projecto (nem que seja por uma alfinetada ao colega da Vice Presidência que até agora detinha o monopólio de Berardo no Centro das Artes).

Confesso que, além dos interesses pessoais e financeiros de Joe Berardo, acho este projecto um autêntico absurdo e confesso não perceber o seu alcance. Se é para preservar a colecção Arte Deco, então porque não se aposta nesse branding para o futuro espaço cultural ? Aproveitar a excelência da Colecção Berardo e apostar num reforço da mesma através de um programa de aquisição de obras pode criar no Funchal um dos melhores museus mundiais do género.

No entanto, a ideia de Berardo (que usou ao de leve o mesmo tipo de ameaça do género, “se não querem, então levo a Colecção para outro sítio”) parece estar mais radicada numa questão económica. Isto é, o Holocausto (para além dos seus sítios sagrados como Auschwitz e outros) é também uma marca comercial que pode vender muito. Mais: ter o apoio da comunidade judaica global, pode significar para Berardo, outras oportunidades futuras. Mesmo que a Madeira não tenha nada a ver com o tema em si.

Assim, se a estratégia da Madeira passa pela criação de museus e espaços culturais com base em meros artíficios de marcas, sugiro desde já ao sr. Comendador e ao sr. Presidente da Câmara um outro tema que de certeza terá mais adeptos que o Holocausto e até emprega à Região um espírito mais positivo: transformem o Matadouro num Museu do Sexo. Na estatística do Google, o sexo ganha ao Holocausto por KO absoluto: 1.210.000.000 de referências contra apenas 21.000.000.

Março 2011, JMM

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