segunda-feira, 4 de abril de 2011

Madeira: Zona Franca Criativa

Que tem a Zona Franca da Madeira a ver com a Cultura ? Numa época em que a Madeira devia trilhar um novo paradigma de desenvolvimento e em que a Zona Franca tem o seu habitual modus operandi ameaçado pelas novas regras internacionais, porque não reflectir seriamente na criação de uma Zona Franca Criativa da Madeira ?
O conceito é simples de explicar: um espaço de intervenção global em termos criativos, atraindo profissionais internacionais do sector, vendendo a RAM do mesmo modo como até agora (estabilidade politica, bom clima, boa comida, boa gente, boas ligações aéreas), mas acrescentando uma nova mais valia à Região: ser um grande pólo criativo multinacional.

Não só na Madeira existe uma vaga de fundo no sector criativo (desde a aposta nas tecnologias interactivas da Universidade à proliferação de uma geração crescente de jovens mid-twenties ligados ao sector), como também –e quem opera na produção cultural sabe isso perfeitamente- a Madeira é um destino soberbo para artistas, produtores e entidades europeias que aqui possuem mais capacidade de manobra para criar. Para citar um designer britânico da Pixar Films e que regularmente reside na Região, a Madeira não está “no olho do furacão” da indústria e por isso aqui “existe uma outra capacidade de perspectiva”.

Fragilizada pela constante dependência das alterações fiscais e pelo estertor competitivo dos transportes marítimos, a ZF da Madeira teria uma oportunidade fantástica para se requalificar, numa estratégia de sedução das indústrias criativas internacionais, criando um pólo de conhecimento complementar à Universidade da Madeira, contribuindo para uma nova fornada de emprego qualificado e aumentando a capacidade exportadora regional, num dos poucos sectores onde o Ocidente ainda é leader global.

A Indústria morreu, viva a Cultura Criativa.

Novembro, 2010, JMM

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