segunda-feira, 4 de abril de 2011

A crise na Cultura

Tempo de crise. Tempo de míngua. Austeridade imposta a ferros, medidas draconianas na redução de custos. Exageros loucos de quem passou o tempo todo a correr no sentido contrário em anos passados. Olhe-se para a Cultura. Enquanto a economia geral só agora geme devido aos cortes, os orçamentos da Cultura em Portugal já estão a cair a pique desde 2007. Veja-se o investimento do Governo Regional: a DRAC perdeu 36% de verbas entre 2006 e 2010. Menos 2 milhões de euros. E para o ano não desce mais, porque inteligentemente se começou a apostar na criação de projectos que podem ser co-financiados por verbas europeias e assim estancam contenções maiores.

Mas o momento é precioso. É nestas alturas de turbulência que melhor se pode reflectir e pensar outras formas de gestão, melhores estratégias e abordar novas ideias. E a Madeira, a Cultura na Madeira, precisa urgentemente que lhe mostrem um novo paradigma de desenvolvimento, que terá de passar por uma maior abertura à internacionalização, mais redes de criadores, mais profissionalismo na gestão dos agentes culturais e mais risco na definição das novas políticas. De uma vez por todas é preciso abandonar o velho sistema dos subsídios, dos projectos de gestão corrente, das festinhas encomendadas, da contínua gestão do património como se fosse um mono e decidir se queremos competir com os activos (e bons...) que temos, mostrando vitalidade, vanguardismo e inovação. Está na hora de descobrirmos e apoiarmos os futuros CR7’s da Cultura madeirense, porque será nesse sector que se irá desenhar a Madeira do futuro.

Outubro, 2010

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