Enquanto nos debatemos no fundo deste poço em que nos
deixaram, será fundamental começarmos a pensar em mudar de vida. Em criar novas
ideias que nos façam sair da letargia que perpassa por toda a sociedade
madeirense. Eis a minha contribuição: tornar a Madeira um destino preferencial para
as produções audiovisuais internacionais, quer no campo do cinema, quer na TV.
Para que isto possa acontecer, são necessários três
requesitos cruciais: que um território possua boas condições ligadas ao clima,
luz solar e paisagens variadas; que esse território tenha uma logística
competitiva ao nível de recursos humanos, equipamentos, hotelaria e transportes
e finalmente, que essa região ofereça incentivos financeiros, fiscais ou económicos
para que seja atractiva para os produtores audiovisuais, face a outros territórios concorrentes que oferecem já bons pacotes de incentivos.
Neste momento, a Madeira
possui tudo isso, mas de forma desestruturada e descompensada. Temos dezenas de
técnicos, artistas e recursos humanos formados em escolas profissionais e universidades ligadas
às indústrias criativas que trabalham como caixas de supermercados para
sobreviver, uma Zona Franca com uma gestão caduca que só pensa no trading
especulativo como única forma de arrecadar receita e um excelente sistema de
incentivos ao investimento, mas que aponta para a economia do século passado,
aquela que nos mandou para o pântano onde nos encontramos.
Temos igualmente paisagens
extraordinárias de montanha, mar, espaços rurais e urbanos, clássicos e
contemporâneos, deserto e floresta. Tudo acessível de forma rápida e segura. Temos uma
das melhores exposições solares da Europa durante todo o ano e uma hotelaria excelente.
Temos ainda um aeroporto internacional, com mais de 20 ligações internacionais diferentes, e a maior parte delas dos principais paises europeus de produção audiovisual.
Só não temos um Governo que perceba o pote magnífico que tudo isto pode dar,
bastando para isso algum rasgo de visão que se consubstancie numa política diferente de apoio à inovação e ao desenvolvimento económico.
Há 5 anos atrás, Malta não tinha metade do que nós temos.
Hoje tem uma indústria do audiovisual que movimenta mais de 100 milhões de
euros atraindo produções de todo o Mundo. Bastou para isso ter um Governo
atento.
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